UM HOMEM OBSERVA UMA CARTA RASGADA || TEXTO PESSOAL
Miss L
Olá Nossos Devanienses!
Esquecer é difícil. Difícil? Quem é que eu quero enganar? É uma dor impossível de esquecer. É algo nosso que perdeu. Que se perdeu sem a nossa vontade. Respiro fundo e tento avançar. Isso sim é que é difícil. Avançar. Avançar. Avançar.
Aquele Imbecil rasgou-me por dentro. Aquele Imbecil rasgou-me a alma. Chorou. Chorou de alívio. Claro, um terceiro Filho para sustentar era muito. Muito mais quando não se sabe ser Pai. Não queria nada de ti, mas tu tinhas medo. Não queria o teu dinheiro. Não queria o teu nome. Mas tu tinhas medo. Mas tu tinhas medo. Mas tu tinhas medo.
Aquele Imbecil e aquela Lacaia. A tua pseudo-namorada não poderia saber. A Lacaia disse para não lhe contar. Como é que ela iria reagir a tal facto? Melhor, como é que ela reagiu? Como é que tu reagiste quando ela soube? Também choraste? És um fraco. És um fraco. És um fraco.
Nasceste em Custóias, como poderias ser diferente? Mal-educado. Sem modos. Eras apenas uma aventura que correu demasiado mal. Não é que eu quisesse algo teu, mas estava feito. E a culpa era dos dois. E a culpa era dos dois. E a culpa era dos dois.
Só davas recadinhos pela Lacaia. Que melhor amiga tão querida que tu tinhas. Pena que nem de ti próprio gostas. A Lacaia estava apaixonada por ti. A Lacaia queria estar no meu lugar. A pseudo-namorada também. Elas não sabem o Inferno que é. Elas não sabem o Inferno que é. Elas não sabem o Inferno que é.
Eu preciso de Desabafar. O Pedro, o único homem no meio disto tudo, observava a carta rasgada que eu própria escrevi para me despedir. Carta essa que rasguei de raiva. Carta essa que rasguei de raiva. Carta essa que rasguei de raiva.
Beijokitaz