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Devaneios de Miss L

17
Out21

FUGIU DO ESQUEMA || CAPÍTULO 4


Miss L

Olá Nossos Devanienses!

 

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Xavier sentia-se tenso, nos últimos tempos. Ele achava que estava a sonhar com uma menina da sua idade que olhava para ele do canto do quarto de cabeça torta. Ele pensava que sonhava, pois ele sentia a presença, mas quando abria os olhos não estava lá ninguém. Estava assustado, mas tapava-se com os lençóis para se proteger. Respirava fundo e chorava baixinho. 

Xavier aproveitou esses "sonhos" para escrever:

A sombra do teu quarto

 

Todos os dias, o João falava sobre Joana. Toda a gente achava que era a sua Amiga imaginária e ria-se baixinho. Joana era real, mas era triste, pois a Mãe não mostrava amor por ela. O Pai só voltou depois do pescoço dela ficar torto. A Mãe dela dava-lhe comprimidos para dormir, misturados no chá, todas as noites. Um dia, ela acordou assim. A Mãe estava a chorar quando ela acordou. Tinha Polícias com ela quando a Joana acordou. Joana tentava dizer à Mãe que estava ali, mas ela não a ouvia ( como sempre). 

O Pai atravessou as paredes e abraçou a Joana, como sempre o fazia. Disse para a Joana para não tentar mais, com um sorriso. Perguntou ao Pai onde ele estava até agora. No terreno lá em baixo, disse ele, debaixo dele. Abraçou ainda mais a Filha e alisava o seu cabelo loiro.

Joana perguntou o porquê dele ter desaparecido quando ela tinha apenas 4 anos. Fui para o terreno, minha Filha, respondeu ele, A tua Mãe assim quis. Joana perguntou se era por causa dele não escrever bem como a Mãe queria muito e se ela ia também para o terreno. 

O João nunca viu o Pai de Joana. Joana estava sempre no canto do quarto do João à noite. Quanto ao Pai dela, ele não sabia. Joana estava sempre triste. João tentava abraçar a Joana e não conseguia. Um dia, a Joana foi-se embora. João tinha acabado de fazer 13 anos.

Quando acabou de ler, Lurdes pediu a folha do texto. Rasgou-a, de forma lenta e irritada. Mandou-o para o quarto e afirmou que ia dormir sem jantar. Que ele não sabia de nada. Reforçou que ele não poderia entrar no quarto fechado.

Lurdes foi para o quarto. Trancou a porta. Tomou um comprimido para dormir e adormeceu. 

09
Out21

FUGIU DO ESQUEMA || CAPÍTULO 3


Miss L

Olá Nossos Devanienses!

 

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Lurdes disse a Xavier que os Pais dele pediram para o ajudar a evoluir na escrita durante as férias. Ia ficar lá os 3 meses. O Xavier tinha de escrever um conto por dia. Após o jantar, ele tinha de ler o conto e Lurdes mostrava-lhe quais eram os pontos positivos e menos bons. Era uma ajuda mais prática. 

Lurdes foi visitada pela Polícia, mas não deu em nada, principalmente, devido ao Porteiro ter dito que o viu Xavier sair como sempre. Ele fez isso, porque estava lá só para receber o dinheiro ao final do mês e nunca estava atento. Simplesmente, não queria ser chateado, nem despedido. As procuras, para Lurdes, estavam em segundo plano. Aquele Porteiro, mesmo sem saber, ajudou-a imenso. A querida Professora estava livre de suspeitas e assim é que tinha de ser. Além disso, a casa não tinha qualquer tipo de televisão e a criança não tinha telemóvel, logo Xavier nunca saberia que tinha sido raptado. Aliás, os Pais eram muito ausentes, logo Xavier não deu importância ao facto deles nunca lhe ligarem. 

Lurdes parabenizava Xavier pelo seu desenvolvimento. Lurdes estava cada vez mais feliz pelo que fez. Não tinha qualquer tipo de arrependimento, bem pelo contrário. Xavier merecia estar com ela. Xavier só teria vantagens em estar com ela. O dom dele ia evoluir. Que mal tinha isso? Na cabeça de Lurdes, nenhum. Na realidade, tinha. O Pais estavam preocupados e todos os que o amavam. 

Lurdes não sentia que o que fazia era algo cruel, mas sim um favor que estava a fazer a Xavier e aos Pais dele. Além disso, oferecia-lhe alguns livros para o ajudar ainda mais. Sim, para Lurdes era uma ajuda e cada vez olhava mais para Xavier como o Filho que merecia. Em vez de Lúcia, deveria ser Xavier o seu Filho biológico. 

Lurdes estava cada vez mais obcecada. Xavier era dela e só dela. Lurdes prometeu à criança que ele será um grande Escritor. Isso deixava Xavier muito feliz e esperançoso. Ele dizia com orgulho que queria ser Escritor quando fosse mais velho. 

Lurdes estava cada vez mais feliz com o que tinha feito. A cada dia que passava, mais orgulhosa estava do que tinha feito. "Lúcia deverias ter sido assim. Se fosses assim, tudo estaria bem.", pensava Lurdes.

07
Out21

FUGIU DO ESQUEMA || CAPÍTULO 2


Miss L

Olá Nossos Devanienses!

 

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A semana passou muito rápido. Os Alunos, com a ajuda dos Pais, fizeram um lanchinho surpresa para a despedida da Professora tão querida. Lurdes mostrou-se feliz e emocionada ( tão exagerado que parecia que parecia fingimento). 

Agradeceu. Afirmou que tinha escolhido dois desenhos animados para verem em conjunto e uma actividade de escrita ( cada um escreve duas frases numa folha e o seguinte tinha de continuar com outras duas frases e assim sucessivamente. No final, um dos Alunos ia a frente e lia o texto todo.).

Os meninos não tinham marcado a sua vez na cantina e o da Professora foi cancelado para aproveitarem o tempo ao máximo com a sua Professora querida. Consolidaram o lanche com a ideia preparada da Professora. Todos os Alunos se divertiram, a Professora guardou o texto realizado pelos Alunos e o seu querido Xavier deu-lhe um "texto de despedida" como ele lhe chamou, uma caixinha de frutos silvestres e uma mini-rosa branca. 

No final, despediu-se de todos os Alunos pela última vez. O Xavier abraçou-a, com carinho, e preparava-se para ir embora.

-Xavier, gostas de chá? 

-Gosto muito, Professora.

-Eu tenho um chá delicioso no carro. Podes provar e se gostares, dou-te umas saquetas. - sorri de forma quase forçada. - E posso-te dar boleia até meio do caminho da tua casinha. 

-Não incomodo, Professora?

-Anda, querido.

A Professora deu a mão ao Aluno e foi até à garagem dos Funcionários docentes, mas por um caminho diferente do habitual e menos usado. Aliás, já pensaram em fecha-lo, por várias vezes por falta de uso. 

O Xavier pediu licença para entrar. Colocou o cinto. Lurdes sentou-se ao volante. Deu-lhe uma garrafa de plástico ( não reutilizável como é seu hábito há vários anos). Xavier agradeceu, bebeu e afirmou que adorou.

-Querido, tens ai uma manta ao teu lado. Podes colocar, ficas mais confortável e não, não incomodas nada. Usa à-vontade.

Xavier agradeceu. Pousou a garrafa ao seu lado. Encostou-se e adormeceu. 

 

*

 

Pouco tempo depois, parou e deitou-me a garrafa de plástico usada por Xavier no caixote do lixo mais próximo. Voltou ao carro e só parou na sua casa. 

 

05
Out21

FUGIU DO ESQUEMA || CONTO DE TERROR


Miss L

Olá Nossos Devanienses!

 

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Lurdes era uma jovem Professora do Primeiro Ciclo. Tinha uma Filha, Lúcia, mas ela "infelizmente, sai ao Pai. O meu dom da escrita foi desperdiçado.", repetia vezes sem conta, com tristeza. 

Lurdes nunca se casou-me, após uma discussão, quando a Lúcia tinha perto de 4 anos, o Pai foi expulso da residência, visto que estava em nome da Mãe da sua Filha. Lúcia não tem lembranças do Pai, a única coisa que ouvia quando questionava sobre o progenitor, levava sempre um crítica "Para quê que queres saber? Porque, infelizmente sais ele e o meu dom da escrita foi desperdiçado?!" e começava a chorar. Lúcia cansou-se de perguntar pelo Pai.

Elas viviam numa aldeia, por ser mais barato, justificava Lurdes. Era uma casa isolada e fazia quilómetros todos os dias para ir voltar da Escola. Sempre cansada, afirmava. "Se ao menos, a minha pequena Filha me desse uma alegria. Nem que fosse um pequeno texto...", lamentava-se constantemente.

O tempo passou e no dia seguinte à noite de Halloween, Lurdes foi acordar a "preguiçosa" da Filha de quase 9 anos (fazia em Janeiro do próximo ano). Chamou-a da porta, como habituamente, mas a menina não respondeu. Ligou a luz, para ir chama-la mais de perto. Quando o fez, soltou um grito. Lúcia estava enforcada ao pé da janela com os lençóis da própria cama. O banquinho que estava no canto do quantro estava deixo dela, caído. Lúcia estava morta. Suicidou-se. 

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